Politicamente correcto.
Nas competições europeias torcer pelas equipas portuguesas rivais é tarefa reservada quase em exclusivo a políticos e a uns quantos jornalistas.
Outros ainda conseguem consolar um pouco o seu coração com a boa desculpa dos pontos, tão importantes para o coeficiente do futebol português na UEFA. Também é costume dizer: eu estou contra eles, porque ainda me lembro que no ano passado ouvi dois ou três indivíduos que estavam no café a defender a equipa estrangeira, por isso, e só por isso, desta vez também estou contra.
Ora bolas. Tirando estas classes, verdadeiros defensores da moral e bons costumes nenhum verdadeiro adepto de um clube consegue colocar de parte a rivalidade existente e retoma-la logo de seguida sem que transpareça alguma hipocrisia. É contra natura. Lá no fundo, lá no fundo...
Ainda a pouco tempo se viu e reviu na tv reportagens em Inglaterra de adeptos do Everton que estavam a favor do adversário do Liverpool na competição internacional e não se fez nenhuma interpretação anti-patriota da situação.
A única equipa unanimemente defendida por todos é o Chelsea, e por outros motivos, exceptuando os portistas, irónico.
Se a localização geográfica tem assim tanta importância, porque vemos de quatro em quatro anos esta nação valente a torcer pelo Brasil no campeonato do Mundo sem que ninguém os acuse de não europeus?
Ora existem casos, poucos, em que se apreciou a vitória de um rival, pela qualidade e justiça do resultado (recordo um 4 a 4 contra o Bayer), mas apreciar é diferente de gostar ou querer.
Hoje até podia uzar a suficiente desculpa da admiração que tenho pelo Deco. Mas não é esse o motivo, não é tão simples.
Posto isto, antes e não depois, não digo barça, porque não deixam de ser espanhóis, mas digo Ronaldinho, Eto e Messi, porque são não europeus.