Olha que não.
"Sempre disse que a via principal para chegar à Selecção é o trabalho de qualidade"
Vítor Baía, 08 Novembro 2005
A propósito desta frase importa reflectir sobre se a convocatória para a selecção não deverá ter um certo sentido de “prémio” para o trabalho e a forma apresentada pelos jogadores. O trabalho diário de um jogador e a sua qualidade não deveram ter reflexo na representação de uma selecção, a palavra selecção representa isso mesmo, selecção, dos melhores entre os melhores.
O que importa é sempre o mesmo ganhar, mas será mesmo? Sem excepção? Não será normal que uma certa moral e alguns valores sejam mais importantes que o ganhar a todo o custo? E não é na selecção que se diz de todos nós que o exemplo deve começar?
Independentemente de a escolha ter sempre uma certa injustiça para alguns, nunca me recordo de ser tão injusta para tantos.
Continuo e continuarei a sentir os jogos de Portugal, aliás e a única oportunidade que consigo gritar e vibrar em uníssono com todos os amigos, são normalmente os únicos jogos de futebol que não vejo nunca sozinho, é sempre motivo de umas quantas cervejas e amendoins e dois ou três dedos de conversa em “família” porque muito antes de ser a equipa do treinador e do seu chefe é a minha selecção.
E no caso de Baia não deveria ou deverá ser um processo tratado de forma diferente dos outros não convocados, pelo seu historial como atleta, pelas oitenta internacionalizações pela sua disponibilidade em vestir a nossa camisola.
Não é a recordar, reconhecer e valorizar os feitos extraordinários de quem se destacou mais no passado que se alicerça o futuro de uma sociedade seja em que área de importância for. Quantos entre nós e nas nossas profissões se poderão orgulhar do que o Vítor Baia conquistou na sua.
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