Art' Deco

A propósito do que esta criatura (não é insulto bem pelo contrário) escreveu apetece dizer isto:
Ao ler este tipo de opiniões digo que realmente não merecemos, não merecemos que o Deco jogue na nossa selecção.
Chegou cá para jogar na instituição. Sem oportunidade de provar nem tão pouco de vestir o equipamento pacientemente rodou por outros lados até chegar ao clube que o tornou campeão europeu, ou vice versa.
Ao invés daqueles que tinha medo de perder protagonismo, ele trocou a melhor selecção do mundo por esta que é a nossa, teve ainda e humildemente de ouvir de tudo ser-lhe chamado de tudo como se o precedente (naturalização) fosse por ele iniciado.
Como um verdadeiro jogador de equipa aguentou heroicamente no banco de suplentes o jogo inaugural do euro 2004 sabendo ele, e todos nós, que era melhor e estava em melhor forma do que qualquer um dos nossos (moralmente aceites) que se arrastaram nesse penoso jogo. O resultado da correcção no jogo seguinte pelo Scolari não preciso de escrever.
Mas talvez o facto de ele ser um anti-heroi faz com que nós idolatremos aqueles que pensam primeiro no protagonismo pessoal e só depois no colectivo, aqueles que preferem ser suplentes na sua equipa de coração italiana, aqueles que batem em árbritos com a nossa camisola vestida, aqueles arruaceiros que levam castigos da UEFA (euro de França) em detrimento deste, que enquanto cá andou até aos 26 anos e que não se pirou aos 20 (como eu devia ter feito) ajudou e de que maneira a que numa cidade Portuguesa, sim Portuguesa tivesse em dois anos consecutivos duas taças europeias, os outros ajudaram um qualquer cidade Italiana ou Espanhola a gabar-se do mesmo.
E para acabar esse mesmo de que você diz mal, o Deco teve a elegância a simpatia, humildade, reconhecimento, agradecimento de no festejo do seu novo titulo de campeão no Barcelona ao lado do excepcional e mediático Ronaldinho usar um chapéu do nosso, não do dele, país.
Que mentalidadezinha de merda, pequenina, mesquinha e invejosa.
Não merecemos que o Deco jogue por nós, sorte a nossa de ele ser um anti-heroi.

Mas tantas palavras para que, se a resposta está dada pelo entrevistado nesta entrevista.
(Alguns excertos, O Jogo, 6 Ago 2005).
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P Por estar agora a viver em Barcelona, o enraizamento que tinha não poderá perder-se?
R Não consigo ver a minha vida sem estar ligado a Portugal, mesmo estando agora em Barcelona. Continuo a ter casa em Portugal e estão lá muitos dos meus amigos. Portugal faz parte da minha vida e vai fazer sempre. Hoje em dia, se tivesse de deixar de jogar futebol, iria viver para Portugal.
P Mas não receia que as pessoas pensem o contrário?
R Não tenho de estar muito preocupado com isso nem com aquilo que as pessoas pensam. O que me interessa é aquilo que eu sinto e o que eu penso.
P Ainda em relação a Figo, o regresso dele à Selecção Nacional foi bem visto por todos?
R Sem dúvida. Ele pode ajudar-nos e ainda tem muito para dar à Selecção. Temos um Mundial à porta e ele poderá ser muito importante.
P Um dos seu objectivos passa pela vitória na "Bola de Ouro"?
R Encaro isso com naturalidade, mas os trofeus individuais nunca serão o principal objectivo da minha carreira. Mas acredito que posso estar entre os cinco primeiros. Agora, se vou ganhar ou não, isso não é o mais importante.
P Essa humildade não o prejudica?
R Não sou humilde, sou realista. Nunca disse que não gostaria de receber um prémio como esse, como todos os jogadores gostariam, mas o que digo é que não é o meu objectivo principal e nem é isso que me faz acordar de manhã. O que me vale ganhar um prémio desses se não estiver feliz?
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Poderia ainda acrescentar alguns comentários de Platini, Cruijft, Van Gaal, de Deus Mourinho, entre outros, mas quem são estes, e eu, para discordar da opinião de tão doto moralista de seu nome FPCV.